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Pierre
Dardot e Christian Laval escreveram A nova razão do mundo: ensaio sobre a
sociedade neoliberal. Obra que foi escrita no contexto de gestação da crise de
2008 e que chegou ao Brasil pela editora Boitempo. Nela os autores descrevem a
racionalidade neoliberal, mostrando que o neoliberalismo é um sistema normativo
que generaliza a concorrência como norma de conduta e a empresa como modelo de
subjetivação. Em outras palavras, produz um tipo de subjetividade na qual os
indivíduos, colocados em situação de concorrência, se veem como verdadeiras
empresas de si, numa disputa sempiterna com outros sujeitos. Assim, afirmam os
autores, “a racionalidade neoliberal produz o sujeito de que necessita
ordenando os meios de governá-lo para que ele se conduza realmente como uma
entidade em competição e que, por isso, deve maximizar seus resultados,
expondo-se a riscos e assumindo inteira responsabilidade por eventuais
fracassos”. Ocorre que a lógica da concorrência extrapola o âmbito
profissional, atingindo a vida social e sexual do indivíduo, que precisa, o
tempo todo, mostrar para os outros a felicidade (muitas vezes artificial) de
uma vida supostamente bem sucedida. Livro fundamental, pois elabora um
diagnóstico preciso desse sistema que supervaloriza o egoísmo social, nega a
solidariedade como princípio das relações sociais e se opõem das políticas de
redistribuição. Ao mesmo tempo nos ajuda a pensar formas de subversão e
superação do neoliberalismo. Fica a dica.
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