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Diversos e Livres

Por Ivânia Freitas*

A política interessa a dois tipos de pessoas: aquelas que querem mudar as coisas e aquelas que querem que as coisas permaneçam como sempre foram. No segundo grupo, dos que desejam deixar as coisas da mesma forma, estão os que sempre dominaram, os que historicamente decidiram os rumos das coisas, os que construíram suas riquezas explorando outras pessoas, os que precisam do poder não para libertar, mas para oprimir. Se há tanta desigualdade na sociedade, elas foram produzidas pelos que sempre dominaram.

Eu sou do grupo de pessoas que entende a política como a forma de mudar as coisas. A política como manifestação da nossa posição no mundo, como possibilidade de concretizar ações que podem melhorar vidas. A política como projeto social, como movimento de liberdade, como expressão de coletividade, como projeto coletivo.

A política requer,  sempre, uma tomada de decisão. Ela é a manifestação de ideias, confronto de posições que revelam a realidade que se tem e que se busca ter. A política existe porque existem várias ideias e diferentes posições sobre qual o tipo de realidade (social) é melhor para todos e todas.

Dentre as formas mais concretas de se fazer política estão os sindicatos, as associações,  grupos artísticos, movimentos sociais, partidos e até os grupos religiosos.

Não faz política apenas aqueles que disputam cargos públicos, para os quais precisam ser eleitos ou indicados. A política é inerente à estrutura social. Portanto, precisamos da política para mover a sociedade, seja na direção de deixá-la como está ou para alterar o seu rumo. Quem diz não se interessar por política é porque não se importa com a vida coletiva ou por que ainda não se deu conta de como ela está presente em nosso dia e guia a nossa forma de viver.

É possível que muita gente não goste da forma de se fazer a política no exercício partidário, sobretudo, no movimento dos confrontos que surgem no período eleitoral, que na nossa cultura pouco civilizada, é marcado mais por agressões do que por propostas.

Na sociedade em que vivemos, contudo, a democracia nos exige fazer escolhas coletivas daqueles e daquelas que ocuparão os espaços públicos para atender aos interesses da coletividade e, para isso, é preciso ter boas propostas. Na nossa organização social temos o voto popular como condição para eleger quais pessoas vão ocupar os espaços de decisão da vida coletiva. Desse  modo, as pessoas que querem prestar esse serviço precisam integrar um partido político.

Como a política se faz a partir de ideias e posições, há uma multiplicidade de partidos, os quais se juntam com aqueles que pensam na mesma direção e formam os grupos políticos que representam um determinado projeto social. Por essa razão, quando fazemos a escolha sobre em quem votar, devemos ficar atentos porque essa pessoa não governará sozinha. Ela levará junto as ideias do grupo político que faz parte, já que partidos são ideias que viraram projetos e quem se elege tem compromisso com essas ideias e esses projetos.

Estamos nos aproximando de mais um processo no qual faremos esta escolha. Em breve, iremos eleger quem ocupará, pelos próximos quatro anos, os cargos do estado brasileiro nos nossos municípios. Não é demais lembrar que esse é um momento importante. As escolhas que faremos podem melhorar a vida de todos ou torná-la mais difícil.

Portanto, fiquemos atentos e atentas. É hora de olhar com bastante cuidado para a história política de cada partido que se propõe ocupar esses cargos, observando o percurso de seus representantes e a contribuição deles para o bem da sociedade.

É esse o meu convite de hoje, se interesse pela política, afinal, não podemos deixar que os outros decidam sozinhos sobre nosso futuro coletivo. E lembre-se, o voto é a forma como podemos contribuir para mudar a sociedade ou para deixá-la como está.



* Doutora em Educação e Professora da UNEB - Campus VII.