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Diversos e Livres
Por
Ivânia Freitas*
Jesus, o
Cristo, e Buda (Sidarta Gautama) dispensam apresentações. Foram grandes seres
de luz que deixaram, com suas vidas, com suas práticas diárias, exemplos de
humildade, sabedoria e amor, que ultrapassam séculos, continentes, culturas,
gerações. Foram seres extraordinários. Suas palavras e atos transbordaram amor,
no mais exato e profundo sentido dessa palavra. Um amor tão infinito, tão
sublime e tocante, que o tempo não foi capaz de apagar.
Nenhum
destes seres se impôs importante através das riquezas materiais, da arrogância
ou do poder de cargos e títulos, mas pela forma como se dedicaram a enfrentar
as contradições próprias dos humanos. Como humanos, pessoas de carne e osso
como nós, eles viveram suas “provações” diárias. Ficaram expostos à dor, à
tristeza, à indignação, mas, diferente da maioria de nós, eles não sucumbiram a
elas. Fizeram de sua humanidade, sua maior força.
Certamente
vivenciaram momentos difíceis nos quais não souberam o que fazer diante das
injustiças, das perseguições, das desigualdades que lhes corroíam a alma.
Nesses momentos, quando suas forças pareciam escapar, tanto Jesus, como o Buda,
se voltavam para a meditação como forma de recompor o equilíbrio. Jesus nasceu
entre os pobres, andou lado a lado com eles levando a esperança. Buda nasceu
rico e abdicou da riqueza para buscar a compreender a si mesmo e fez da sua
vida, um encontro com sua essência.
Jesus
passou quarenta dias no deserto, lutando contra estas dúvidas, tentado pelos
sentimentos ruins que teimam a tomar posse de nossos corações quando estamos
angustiados e achar a saída parece ser algo difícil. Para vencer a si mesmo,
Jesus buscou meditar, voltar para si, entrando de forma profunda em seu coração
para se reconectar com o Pai, o Criador, que ele sabia estar no mais íntimo do
seu ser.
Buda
(Sidarta) viveu por volta do século VI antes de Cristo e aos 29 anos abandonou
uma vida de luxo para experimentar o isolamento. Fez jejuns longos, foi testado
no limite de sua capacidade física até descobrir o que Jesus (séculos depois)
nos ensinaria com seu próprio exemplo, os desafios da vida não podem ser
abandonados. Eles precisam ser enfrentados no próprio exercício do viver.
De
diferentes formas e em diferentes tempos da humanidade, Buda e Jesus nos
deixaram como legado, ensinamentos vividos que, em tempos tão difíceis como
este que passamos, são fundamentais de serem retomados.
A vida
sempre nos trará desafios. Para lidar com eles é preciso que estejamos
harmonizados com nossas forças internas, em equilíbrio com nosso coração, em
paz com nossa consciência e com nossas escolhas. Buda sabia que não seria fácil
deixar uma vida de posses para trás. Jesus tinha certeza de que sua vida na
Terra seria breve e que a sua opção pela justiça, pela igualdade e pelo amor, o
levariam à morte, mas eles sabiam o que buscavam.
Ambos
seguiram o caminho que seus corações indicavam, buscaram em si a consciência
suprema e suas vidas foram repletas de indicações que nos mostram que todos nós
podemos ser mais do que somos.
Eu sempre
digo que Deus, O Criador, a Unidade que fundou o universo, a grande Luz do
mundo, o Amor universal, foi e é de extrema generosidade para conosco. Em cada
tempo, em cada parte da história da humanidade, ele nos enviou muitos seres
como Buda, como Jesus, para nos dizerem que nós temos escolhas, nós podemos ser
mais, podemos ser melhores, podemos ser humanos, essencialmente humanos.
Nesses
tempos confusos onde há tantas distrações, onde o imediato nos puxa para a
reação, onde a pressa nos deixa ansiosos e exaustos, recorro aos exemplos de
Buda e Jesus para dizer nessas poucas palavras que precisamos parar para ver
melhor. É preciso dedicar tempo para reencontrar nosso coração, para religar os
laços com o divino e, assim como Buda e Jesus, poder ver com clareza qual a direção
certa a seguir.
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