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O teólogo e escritor Leonardo Boff mostra em “Tempo de Transcendência: o ser humano como um Projeto Infinito” que a condição humana se define pela dialética entre imanência e transcendência, ou seja, somos seres, ao mesmo tempo, imanentes e transcendentes. A imagem da árvore é por ele utilizada como metáfora dessa condição: “somos semelhantes a uma árvore. Ela tem copa, tronco e raiz. Somos seres-raiz, penetrando fundo no escuro do chão, de onde tiramos a seiva para viver. A raiz nos segura ao chão e não nos deixa voar. Somos, de certa forma, prisioneiros do chão. Por outro lado, somos seres-copa, abrimo-nos à atmosfera, ao sol, aos ventos, às chuvas, às energias cósmicas, ou seja, nos relacionamos com o todo. Como seres-raiz, realizamos a imanência. Como seres-copa, mostramos a transcendência. Então transcendência e imanência são dimensões de nossa existência histórica. São expressão daquilo que é o ser humano, como um ser complexo porque simultaneamente aberto e enraizado, livre e limitado, universal e concreto”. A singularidade do cristianismo, afirma Boff, encontra-se no fato de que, pelo mistério da Encarnação, transcendência e imanência encontram-se num mesmo homem, o camponês Jesus de Nazaré. É aqui que se apresenta uma outra categoria tipicamente cristã: a transparência. Somos seres transparentes quando produzimos e anunciamos sinais de esperança numa realidade que insiste em limitar ou mesmo anular a nossa liberdade e a nossa capacidade de indignação e protesto. Também manifestamos nossa transparência quando vemos “a cada pessoa como templo vivo de Deus, melhor, como Deus mesmo nascendo de dentro de cada pessoa”. Leia “Tempo de Transcendência” e descubra que, a despeito dos sinais de morte que insistem em nos abater, para aqueles e aquelas que acreditam “Deus criou o infinito para a vida ser sempre mais”. Fica a dica.