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Em
“Negociação e Conflito”, os historiadores Eduardo Silva e João José Reis
apresentam uma análise da escravidão brasileira na qual o sujeito escravizado
não aparece como um mero objeto coisificado e reificado, como a historiografia
tradicional costuma descrevê-lo. Ademais, os autores mostram que a escravidão
não era um sistema absolutamente rígido, no interior do qual o cativo possuía
pouquíssimos espaços de negociação; pelo contrário, as relações entre senhor e
escravo eram marcadas também por acordos, que, ao invés de acusarem a
existência de um convívio social harmonioso entre esses personagens, revelam as
múltiplas estratégias de resistência negra no Brasil escravista. De fato, “os
escravos não foram vítimas nem heróis o tempo todo, se situado na sua maioria e
a maior parte do tempo numa zona de indefinição entre um e outro pólo. O
escravo aparentemente acomodado e até submisso de uma dia podia tornar-se o
rebelde do dia seguinte, a depender da oportunidade e das circunstâncias”.
Livro imprescindível para a compreensão da escravidão e do escravo como sujeito
de sua própria história, que buscou o tempo todo formas variadas de resistência
à opressão. Fica a dica!
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