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Lançada em outubro deste ano, o “Gambito da Rainha” já é a minissérie mais assistida da história da Netflix. Criada e dirigida por Scott Frank e Allan Scott, é uma epopeia que acompanha a trajetória da enxadrista estadunidense Beth Harmon (Ana Taylor-Joy), desde seu primeiro torneio, vencido por ela quando ainda era criança, até o confronto com o campeão mundial, o russo Borgov (Marcin Dorocinski), em Moscou. É uma ficção, baseada em um livro homônimo, ambientada nos anos de 1960. 

Beth Harmon é uma pessoa prodígio, que aprendeu a jogar xadrez com Mr. Shailbel (Bill Camp), zelador do orfanato para onde ela foi encaminhada, aos nove anos de idade, após a morte de sua mãe em um “acidente” de trânsito. Ocorre que, somente o talento não é suficiente para torná-la uma campeã de renome; por isso, dedica parte do seu dia estudando e aprimorando suas habilidades no jogo. Não gosta de perder. Na verdade, lida muito mal com a derrota, até o momento em que aprende, com os russos, sob regime comunista, que o caminho rumo à vitória é facilitado quando há trabalho em equipe. Aqui a minissérie valoriza o coletivo, marca dos soviéticos, em detrimento do individualismo, que caracteriza os norte-americanos. Lembrando que o pano de fundo da trama é a Guerra Fria.

Um dos momentos emocionantes da história é quando Beth se vê na necessidade de se reconciliar com seu passado, pois só assim poderá se desvencilhar de velhas concepções e vícios, condição fundamental para que ela consiga, enfim, reconstruir-se sob novos termos. Assista esta minissérie e aprenda que os ganhos ocorrem em meio às perdas e que precisamos saber perder, pois nosso desejo é infinito, enquanto que nossa vida é finita. Fica a dica!