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Diversos e Livres

Por Ivânia Freitas*

Salve 2021!

Entramos em um novo ano e esperamos que sejam novas também as esperanças em nossos corações. Sempre que se inicia um ano a gente tem a sensação de que tudo vai se renovar. Fazemos pedidos, abrimos possibilidades de reconciliações e apostamos todas as nossas fichas de que tudo será diferente.

De fato, um ano novo é sempre um novo ciclo em nossas vidas e este, sobretudo, é especial. Estamos adentrando em uma era de luz, um tempo onde a verdade será inevitável e nada ficará nas sombras. Se observarmos bem, há muita sujeira saindo de dentro das pessoas e do submundo da sociedade, principalmente no campo da vida pública.

Vejamos que a estrutura tecnológica dos meios digitais favorece que haja uma intensa e cada vez mais frequente exposição de tudo e de todos. Os segredos, as tramas, os planos mantidos a sete chaves acabam vindo à tona! Não há como se esconder. Uma hora (e cada dia mais breve), a verdade é exposta.

Eu costumo dizer que que estamos passando por um processo de limpeza do planeta e isso inclui varrer a sujeira instalada na sociedade, especialmente, no mundo da economia, da política e das nossas almas.

É comum que ao fechar ciclos e iniciar outros, a gente se dedique a fazer uma revisão do que temos e como vivemos, para que possamos deixar para trás o que não nos serve e abrir espaço para o novo. Desse modo, vamos à faxina!

E, como ocorre nesses momentos, uma faxina de verdade não deixa nada no lugar e nesse processo, de tirar para limpar, logo vemos se instalar uma grande bagunça que parece não ter fim. Contudo, passo a passo recompomos as forças e vamos colocando as coisas no seu devido lugar. E, isso inclui abrir mão de algumas, consertar outras, doar, mudar de lugar, reformar, renovar.

Penso que ainda estamos na fase da desordem e cada canto que limpamos revela sujeiras enormes que requerem um grande esforço para limpar. Como ainda está quase tudo uma bagunça, transitar por essa “casa” ainda não está fácil, mas a faxina vai continuar e uma hora tudo vai estar onde deve estar.

Como estamos em uma faxina de todos os “cômodos”, vemos se multiplicarem denúncias nos jornais e, com elas, a queda de líderes e de estruturas. No vai e vem da desarrumação, mentiras são desfeitas, processos são arquivados e outros instalados, inocentes são libertados, criminosos trancafiados; ídolos, religiosos, “defensores da democracia” se revelam bandidos e pandemias mostram sua força letal.

Com a chegada da era luz, os monstros da cobiça, do ódio, do oportunismo, da ganância, da intolerância, do machismo, da avareza, da indelicadeza, do racismo, do preconceito, da mentira, da maldade, saem enlouquecidos de dentro de cada um e não há quem não se espante com a feiura das almas que não conseguem mais se esconder nas maquiagens das suas religiões ou dos discursos hipócritas que se desfazem em efeito dominó por suas próprias ações.

O veneno fétido das almas apodrecidas explode nas redes sociais! Estimuladas por seus egos gigantes, que jorram um veneno altamente contaminador, as almas corrompidas vão atraindo almas frágeis com falsas promessas de vida boa às custas de pouco esforço.

Enquanto brindam felizes com as aparentes vitórias, seguem seu curso de ilusões com risos e gargalhadas inspiradas no gralhar dos corvos. Cegas pelo ódio e ganância, não percebem a chegada da luz e a realidade passa a ser vivida das mentiras que se forçaram a contar a si mesmas, para seguirem em sua tão frágil “felicidade”.

Como tão exaustivamente narrado na história da humanidade, inclusive nos livros sagrados de várias vertentes espirituais, as almas corrompidas avançam em meio à desordem social sentindo-se grandes e invencíveis, não sabendo elas, contudo, que nada resiste à lei maior do universo onde para cada coisa há um tempo e uma conta a prestar.

Os menos atentos se empolgam com o riso dos que estão nas sombras e se aproximam para tirarem proveito também, sem se importarem se rompem com a decência, com a ética e mesmo com a sinceridade de seus atos e palavras. Mas, a chegada da luz é inevitável e apenas a verdade terá lugar. Não haverá mais sombras para se esconder, pois só permanecerá de pé os que se mantiverem coerentes e retos em seus princípios e ações. E isso não é adivinhação, nem profecia, basta olhar em volta e a própria realidade vai nos apontando que é este o caminho e não haverá outro.

O ano é novo, o novo ciclo está em curso e a faxina das almas também.

Sombra ou luz? Sujeira ou limpeza?

Faça sua escolha e siga o seu ciclo. Nunca é demais lembrar que "a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória".



* Doutora em Educação e Professora da UNEB - Campus VII.