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Sempre ouvimos coisas do tipo “bom mesmo é ser criança” ou “não deixe a criança que mora em você morrer”. A vida de criança parece ser fácil quando nos deparamos com o “crescer”. Pensando nessas questões, a dica de hoje é um filme bastante especial.

Lançado em 2012, “Meu Pé de Laranja Lima” é uma icônica adaptação do livro homônimo infanto-juvenil de José Mauro de Vasconcelos, que foi publicado em 1968 e se tornou um grande sucesso. Com direção de Marcos Bernstein, o filme, assim como o livro, conta a história de Zezé (João Guilherme Avilá), um garoto de seis anos que vive com seus pais e seus 4 irmãos no interior de Minas Gerais. Zezé, como criança que é, vive aprontando, como dizem, “tem o diabo nos coros” e em decorrência do seu comportamento vive apanhando, as vezes até demais. Apesar de tudo, é um garoto esperto, criativo, contador de histórias e possui um coração bom.

A situação de Zezé se assemelha a de milhares de crianças brasileiras. De família pobre, seu pai desempregado há tempos, sua mãe trabalha fora e quase não fica em casa, e, assim sendo, é cuidado por seus irmãos mais velhos e cuida do seu irmão mais novo. Vivendo numa dura realidade, de abuso e negligência, encontra na sua imaginação uma via de escape. No seu quintal adota um pé de laranja lima e faz dele seu bom e fiel conselheiro. Nas suas estripulias, conhece Manoel Valadares (José de Abreu), o Portuga, um senhor rico que vive sozinho na pequena cidade, de quem se torna um “inimigo/amigo”.

O filme é uma verdadeira obra de arte. Ao juntar o real com o imaginário, equilibra a poesia e a dor. Apresenta as relações humanas nas suas variadas formas e mobiliza nos espectadores, não o sentimentalismo barato, mas a essência sutil e melancólica de uma boa história dramática. Crianças são humanas e sentem como tal e, talvez, seja isso que o filme queira dizer. Assistam, chorem e se comovam com essa bela história. Fica a dica!