Imagem/Editora Sinodal

A cruz é o maior escândalo do cristianismo. Nas palavras de Roberto Zwetsch, “ela é o mais radical questionamento da fé cristã, da igreja de Jesus Cristo e das pessoas que nele creem”. Ele diz isso na apresentação do livro do teólogo Vítor Westhelle “O Deus escandaloso: o uso e abuso da cruz”. A cruz é um escândalo porque a priori ela afirma o fracasso de Deus. Por isso, “tantas vezes evitamos o escândalo, embelezamos a vida para esconder a dor, negamos a morte e a cruz que está em nós e em torno de nós”. Todavia, somente vivenciando o “fracasso de Deus” na cruz nos habilitamos a compreender a alegria da ressurreição no domingo. Vítor mostra que não existe um discurso racional capaz de interpretar o significado da morte de Jesus no madeiro. A teologia da cruz é na verdade “um modo de vida que vivenciamos. É uma prática que implica um risco. É uma história que, se contada verdadeiramente, corteja o perigo, mas também passa para uma solidariedade esperançosa, a solidariedade das pessoas que são comovidas pela dor de Deus em meio a este mundo ou pela dor do mundo em meio a Deus”. Ainda segundo Roberto Zwetsch, “Não há como chegar à ressurreição a não ser passando pela cruz, pelas trevas da Sexta-Feira Santa e pelo vazio do Shabbat, o tempo em que Deus se cala e em que palavra alguma nos é dita a não ser aquele gesto ‘inútil e sem sentido’ do luto das mulheres que se preocupam em cuidar do corpo do amigo ausente”. 

Nesta Semana Santa, a dica da Aroeira convida você a ler este livro de Vítor Westhelle, tendo em vista a dor de tantos que estão tendo que enterrar sem entes queridos sem antes poderem velar os corpos que morreram vítimas da Covid-19. De fato, a cruz de Cristo se prolonga na história. Fica a dica!