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“O feminismo, o capitalismo e a astúcia da história” é um artigo publicado por
Nancy Fraser no qual analisa a relação entre a segunda onda do feminismo e o
neoliberalismo, mostrando como as políticas de gênero foram cooptadas pela
lógica neoliberal. No texto, a autora propõe “situar a trajetória da segunda
onda feminista em relação à recente história do capitalismo”. Fraser afirma que
o aspecto radical do movimento feminista encontra-se na análise que as
feministas fazem da injustiça de gênero nas suas três dimensões: econômica,
cultural e política. Ocorre que, com o neoliberalismo, “as três dimensões de
injustiça tornaram-se separadas, tanto entre si, quando da crítica ao
capitalismo”. Essa separação favoreceu a crítica cultural das identidades e
diferenças em detrimento da dimensão socioeconômica do feminismo. Dessa forma,
o feminismo passou a ser uma variante progressista da política de identidade;
ou seja, uma variante que estendia, em excesso, “a crítica da cultura, enquanto
subestimava a crítica da economia política”. Nancy Fraser conclui afirmando:
“conforme a crítica se fragmentava, além do mais, a tendência cultural se
tornava separada não apenas da tendência econômica, mas também da crítica do
capitalismo que as integrava anteriormente”. Mas, apesar da cooptação do
feminismo pelo neoliberalismo a partir do compartilhamento de elementos de
afinidade, Fraser não escreve um texto pessimista e fatalista com relação aos
rumos do movimento, pelo contrário. Leia este importante artigo para o debate
do feminismo no cenário pós-neoliberal e reflita sobre as “perspectivas para
recuperar a promessa emancipatória do feminismo no presente momento de crise
econômica e abertura política” apresentadas pela pensadora. Fica a dica!
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