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Imagem/CPP |
A
indicação da Aroeira desta sexta-feira é mais um curso do canal Paz e Bem:
“Canudos: o Belo Monte de Antônio Conselheiro”. São onze aulas ministradas pelo
historiador Pedro Lima Vasconcellos e mediadas pelo jornalista Mauro Lopes, que
contam a história de sonhos, utopia e muita resistência dessa comunidade, a
“Terra da promissão”, construída, no semiárido da Bahia, pelas mãos da gente
pobre e ignorada pela República recém implantada no Brasil. É sempre bom
lembrar que a queda da Monarquia e a proclamação da República foram fruto da
ação da elite do atraso sem a participação do povo, que assistiu ao episódio
como que “bestializado”.
Quem assisti ao curso, tem a oportunidade de entrar em contato com algumas das obras literárias que falam sobre Canudos, podendo, dessa forma, aprofundar seus estudos sobre o tema. Também adentrará na vida cotidiana do vilarejo, acompanhando seu processo de formação e aniquilamento. As vozes sertanejas, repletas de utopias e esperanças, ganham destaque neste percurso em busca da compreensão do Brasil real, que ao longo da história do país sempre sofreu com a ação impiedosa do Brasil oficial.
Um dos pontos altos do curso é a surpresa ao se descobrir que Antônio Conselheiro era um intelectual orgânico, sobretudo quando temos em vista a interpretação caricata dele feita por Euclides da Cunha naquela que é considerada a principal obra literária sobre o tema: "Os sertões: campanha de Canudos". Aliás, a análise, digamos assim desconstruída, dessa obra é assunto de uma das aulas. O papel da hierarquia da Igreja Católica na inviabilização do Belo Monte não fica de fora desse curso magistral, que se encerra, como não poderia deixar de ser, mostrando como a história de Antônio Conselheiro e sua gente nos ajuda a compreender a atual situação do Brasil, enfiado num buraco que parece nunca ter fim. Fica a dica!
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