Imagem/Adoro Cinema

No capitalismo, tudo pode ser mercadoria, inclusive pessoas, valores e sentimentos. É a religião de culto ao “Deus Dinheiro”. Em nome dele e por causa dele, seres humanos são destituídos de sua humanidade para serem traficados, a solidariedade é negociada e facilmente se perde de vista a empatia em meio a tanta miséria, pobreza e desemprego. No Brasil escravista, essa realidade imperava. Foram mais de 350 anos de escravidão. No Brasil atual, as marcas da escravidão continuam e as pessoas, valores e sentimentos ainda são coisificados. Percebemos isso no trabalho de ONGs que atuam em comunidades carentes, transformando a solidariedade em marketing social; na atitude da patroa que explora o trabalho de sua empregada, pagando a ela um salário indigno, e ainda achando que é sua amiga; ou na naturalização da violência entre os oprimidos, que abandonados pelo Estado, acabam se envolvendo com o crime, ocupando as celas das penitenciárias, que hoje correspondem aos porões do antigo navio negreiro. O filme “Quanto Vale ou é Por quilo?” do diretor Sérgio Bianchi aborda essas questões de maneira crítica, cortante e crua, trazendo ao telespectador uma reflexão sobre os problemas sociais que persistem na sociedade brasileira e como a miséria e a pobreza, nesse contexto, é também uma verdadeira fonte de lucro. Fica a dica!