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Produzido pelo diretor David Fincher e estrelado por Cate Blanchett e Brad Pitt, “O curioso caso de Benjamin Button” é um filme de 2008 baseado na obra do escritor F. Scott Fitzgerald. Certamente, uma obra-prima do cinema internacional, que nos convida a refletir sobre nossa condição de sujeitos do tempo.

Ele conta a história de Benjamin, uma criança que nasceu com mais de 80 anos de idade. Na medida em que envelhece, seu corpo rejuvenesce. Aos trinta anos, Benjamin é uma pessoa que já viveu mais de cinquenta anos: um jovem com bastante experiência de vida, que desde criança conviveu com pessoas idosas, em um asilo da cidade. Neste ponto, o filme provoca uma reflexão sobre um aspecto que acalenta o sonho humano: viver o auge de uma juventude nutrida com muita experiência, conhecimento e sabedoria de vida. Com Benjamin, esse sonho/desejo acontece naturalmente; já conosco, simples mortais, o amadurecimento intelectual e sapiencial vem acompanhado com a decrepitude corporal. Experiência, conhecimento e sabedoria são ganhos inegociáveis. A juventude, por outro lado, é uma saudade que fica. Há quem queira manter a aparência de pessoa sempre jovem (e hoje, com as redes sociais, mais do que nunca!). Há quem pense ter autoridade de quem viveu bastante para orientar a conduta dos mais jovens. Há aqueles, os mais jovens, que pensam que são a vanguarda de uma nova era, que não querem, necessariamente, ensinar, muito menos aprender, mas tão somente “enquadrar” velhos hábitos, atitudes e visões de mundo nos termos de sua vivência colegial, no máximo universitária, afirmando, ao som do The Who, que essa é a nossa geração. Mas tem aquela outra canção que diz: “você diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais/você culpa seus pais por tudo/isso é absurdo/são crianças como você/o que você vai ser quando você crescer”. Enfim, indagações provocadas por esse belíssimo filme, que também apresenta uma linda história de amor entre Benjamin e Daisy. Fica a dica!