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Imagem/Expressão Popular |
Com essa
gente que atualmente governa o Brasil, não é nem um pouco exagero afirmar que o
país está, definitivamente, lascado. Desemprego, desalento, custo de vida
elevado, pobreza, miséria, negacionismo, genocídio, teorias da conspiração,
“motociatas”, fake news, sabotagem e corrupção na compra das vacinas contra a
covid-19, militarismo, “cristofascismo”, sexismo, racismo, autoritarismo, e a
lista continua...
Neste
cenário tenebroso, duas perguntas nos interpelam: como chegamos até aqui? Como
foi possível a presidência do Brasil democrático ser ocupada por alguém tão
incapaz e tão antidemocrático? Direto ao ponto: Bolsonaro é o resultado de uma
distorção do processo eleitoral promovida pelas elites brasileiras. Em outras
palavras, sem o golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, e sem
sua continuação, com a prisão arbitrária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, não haveria um ser abjeto carregando a faixa de presidente. Tudo isso
com a conivência das instituições republicanas (Poder Judiciário, Poder
Legislativo, Ministério Público e também as Forças Armadas) e o beneplácito da
mídia corporativa.
Ou o
Brasil encara a verdade, ou não conseguiremos avistar um futuro alvissareiro.
Não basta, agora, a grande mídia golpista, com seus “colonistas” de plantão,
exigir o imediato impeachment do ser sem luz: é preciso assumir seu papel
decisivo na lambança feita, ao ajudar a alastrar, pelo país, por meio da
promoção da Lava Jato e do seu juiz lesa-pátria, Sérgio Moro, o antipetismo disfarçado
de combate à corrupção.
Assim, é
urgente que tenhamos uma compreensão crítica, a mais cristalina possível, sobre
todo esse processo que conduziu ao colapso da democracia no Brasil. Nessa
perspectiva, o livro do cientista político Luis Felipe Miguel, “O colapso da
democracia no Brasil: da constituição ao golpe de 2016” é ótima pedida. O autor
é taxativo ao afirmar: “no Brasil, a democracia “desconsolidou-se” no momento
em que grupos-chave concluíram que o jogo eleitoral não lhes servia mais.
Enquanto tais grupos dispuserem deste veto, qualquer ordem democrática será
frágil”. Ou encaramos de frente o nosso passado, marcado por golpes e
tentativas de golpe, seja contra governos populares, seja para impedir o povo
de participar dos momentos mais decisivos da política nacional, ou a sanha
golpista dessas elites brasileiras anti-povo continuará presente.
No livro,
Luis Felipe Miguel discuti a natureza da democracia brasileira nascida com a
aprovação da Constituição de 1988; a trajetória do Partido dos Trabalhadores; o
papel que a grande mídia desempenhou para o renascimento da extrema-direita
entre nós; a queda da presidenta Dilma com a tentativa de criminalização das esquerdas
e a natureza do novo regime que se estabeleceu no país após o golpe. Para ele,
a resistência do campo popular e democrático é urgente e inadiável; no entanto,
“precisa ser combinada com uma reflexão aprofundada sobre a experiência petista
e, a partir dela, sobre os caminhos para uma política emancipatória”. Fica a
dica!
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