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Diversos e Livres

Por Ivânia Freitas*

As experiências difíceis são sempre oportunidades para que possamos refletir com mais cuidado sobre a vida que temos vivido. Elas nos servem de escola, são uma espécie de lembretes de que nem tudo está sob nosso controle. Mesmo quando nos esforçamos para resolver certas situações, elas nos escapam e exigentes como somos, acabamos nos sentindo impotentes.

A verdade, contudo, é que viver situações difíceis serve para nos lembrar que somos humanos e que temos muitos limites. Mesmo quando podemos fazer muito, não podemos fazer tudo e de algum modo, temos que conviver com isso.

Quando temos alguém que amamos doente, essa sensação de impotência parece ampliar mil vezes. É como correr ansiosa por uma saída em um labirinto gigante! Nessas horas, diante das forças superiores que regem a vida e a morte, a gente se vê questionando o sentido de tudo. É bem nesse momento que a gente se percebe pequeno, insignificante e frágil.

Quando estamos nesse ponto é que entendemos o significado da fé, o quanto ela se faz fundamental para que certas travessias sejam possíveis. A vida (e a morte) nos colocam em uma bifurcação. Podemos seguir no caminho doloroso da lamentação e do pesar por não poder dar jeito na situação vivenciada ou optar pelo caminho da aprendizagem, da gratidão e da esperança.

A fé é em si, a manifestação da esperança, uma aposta no que pode ocorrer de melhor, mesmo diante da dor e do sofrimento que agem como asfixia em nossa alma. Penso que, uma vez na bifurcação, devemos escolher olhar tudo com gratidão, amor e esperança. Mesmo que a resolução não seja a que gostaríamos, nos cabe entender o que essa escola da vida quer nos ensinar. O fato é que nada ocorre sem um propósito e de todas as situações podemos tirar aprendizagens.



* Doutora em Educação e Professora da UNEB - Campus VII.