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Diversos e Livres

Por Ivânia Freitas*

Eu fiquei bastante impactada com o documentário da TV Brasil 247 “Bolsonaro e Adélio - Uma fakeada no coração do Brasil”. A produção do jornalista Joaquim de Carvalho fez o caminho investigativo que, aparentemente, a polícia federal não traçou para investigar e elucidar ao povo brasileiro o episódio da suposta facada que Jair Bolsonaro sofreu em 2018, à época candidato à presidência da república. 

O jornalista estabeleceu uma análise cuidadosa e apontou a rede de pessoas envolvidas no episódio deixando às claras uma enorme quantidade de evidências que abrem pistas que colocam em xeque a conclusão da justiça.

Dentre os elementos que chamam a atenção, diz respeito ao encontro de um dos filhos de Bolsonaro com o estrategista da campanha de Donald Trump, bem como dos filhos do “rei” (do gado) serem sócios do mesmo clube de tiro que Adélio Bispo, o acusado. Consta ainda nesse item, que um dos filhos de Bolsonaro esteve com Adélio no mesmo dia nesse clube, embora em entrevista para a Rede Globo a responsável pelo clube tenha mentido sobre o fato. Ela não mencionou ainda que Adélio, servente de pedreiro que vivia em quarto de pensão precário onde o banheiro era de uso coletivo, pagou o treinamento no tal Clube 38 à vista e antecipado.

Os familiares fazem denúncia de que o perfil que se atribuiu a Adélio no Facebook havia sido alterado e dentre as denúncias mais graves está o fato de o advogado que o representou não ser conhecido da família e ter sido pago por um doador anônimo.

Em um trabalho de pesquisa detalhado, o jornalista mostra o perfil do advogado de Adélio que, dentre as defesas que se destacam, tem-se o acusado do assassinato da missionária Dorothy Stang e o goleiro Bruno. Fica a pergunta: quem pagou o advogado? Com qual interesse? A quem serviu sua defesa?

A família de Adélio Bispo diz que o advogado nunca entrou em contato e, como ele foi transferido para outro estado, não sabe de notícias de suas condições atuais no presídio.

O documentário também destaca e desmonta a narrativa que circulou na grande imprensa de que o acusado Adélio era ligado à grupos políticos da esquerda e isso se confirma no depoimento do seu sobrinho que diz que o tio tinha perfil mais parecido com os defendidos por Bolsonaro e era filiado a um partido de direita.

Os fatos são chocantes, especialmente por várias pessoas ligadas ao episódio terem morrido abruptamente de infarto, de algumas estarem proibidas de falar sobre o caso e, dentre as questões mais intrigantes, a promoção de cargo que os seguranças do então candidato Bolsonaro receberam logo após sua ascensão à presidência. Certamente foram premiados por terem atuado tão bem nessa trama policial digna de Oscar e que levou o Brasil a tempos tão sombrios!

Confiram aqui o documentário na íntegra!



* Doutora em Educação e Professora da UNEB - Campus VII.