Imagem/Livros online ao seu alcance |
“Nós
amamos porque estamos vivos. A vida impõe a vontade de amar. O que nos cabe é
encontrar uma boa história para essa aventura” – assim conclui Renato Noguera
em seu livro “Por que amamos: o que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o
amor?”, a dica de leitura da Aroeira para esta semana.
Renato
Noguera nos convida a percorrer os segredos da arte de amar e nos interpela
sobre o jeito certo de amar. Para os mais desavisados/as, ele é taxativo ao
dizer que “algumas maneiras de amar podem, sim, ser melhores do que outras”.
Ora, amar é um ato político-afetivo; portanto, comporta desafios, negociações e
muito diálogo entre pessoas que são, fundamentalmente, estrangeiras, isto é,
estranhas porque diferentes. Aliás, que fique bem demarcado: “se uma pessoa
decidir fazer para a sua parceira ou seu parceiro tudo aquilo que gostaria que
fosse feito para si mesmo, nós podemos conjecturar que a relação pode caminhar
para o fracasso”.
Para o
autor, os dois componentes da arte de amar são o desejo e a admiração. Amamos
as pessoas que desejamos e admiramos. Sem eles, o melhor mesmo é cada um/a
seguir seu caminho. Assim sendo, “na política do amor, o desafio central está
em se relacionar com intimidade afetivo-sexual com uma pessoa que deve ser
admirada e desejada”.
Evidente
que, precisamos levar em conta, além do desejo, da admiração e da intimidade,
outros fatores externos que interferem diretamente na dinâmica dos
relacionamentos amorosos. Noguera apresenta e comenta seis: afinidades de gosto
e interesse; atração sexual; compatibilidade psicológica; concepção e projeto
de relacionamento; motivos de estresse extremo e ciclo de vida; e capacidade de
conviver.
O livro
vale a pena ser lido. Ele investiga e reflete, de maneira ampla e profunda,
sobre o amor, utilizando uma linguagem bastante acessível. Cada um dos onze
capítulos começa com uma história extraída da mitologia (africana, indígena,
oriental, grega e bíblica), da filosofia e literatura clássicas e de fatos
históricos relacionados a grandes personalidades. A partir dessas histórias,
Renato Noguera vai construindo sua argumentação. Para isso, ele recorre,
também, a resultados de pesquisas realizadas no âmbito das ciências humanas e
sociais.
Descrevendo
e analisando algumas das várias modalidades de amar, monogâmicas e não
monogâmicas, Renato Noguera valoriza e afirma a necessidade, ensinada pelas
tradições africanas, do autoconhecimento, pois “para conhecer o amor, é
necessário, antes de tudo, conhecer a si mesmo e ao outro”. Fica a dica!
Ah! Neste vídeo, Renato Noguera se apresenta como o mais novo professor da Casa do Saber
e neste outro, ele fala do curso que irá ministrar no instituto, no mês de
novembro. Fica a dica também.
0 Comments
Postar um comentário