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Recentemente, o teólogo e padre jesuíta Luís Corrêa Lima lançou o livro “Teologia e os LGBT+: perspectiva histórica e desafios contemporâneos”.

É uma obra mais que urgente, que traz ótimas reflexões sobre o caminho de integração dos LGBT+ à comunidade cristã, lembrando que nada e ninguém pode nos separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo (Rm. 8, 38-39). Ela contribui com a exortação do Papa Francisco por uma Igreja em saída, que deixa as sacristias e vai às periferias existenciais para curar as feridas daqueles/as que são excluídos/as, marginalizados/as e descartados/as, vítimas de preconceitos e discriminações.

Dividido em cinco capítulos, que tratam da sexualidade na tradição judaico-cristã, da emergência das questões de gênero e orientação sexual na contemporaneidade, do mundo católico frente essas questões, do acesso ao sacerdócio ministerial aos homossexuais e dos desafios teológicos e pastorais, o livro de Luís Corrêa Lima nos convida a uma verdadeira conversão, tanto a nível estrutural, quanto pessoal, pois, muitas vezes, nossas palavras, que poderiam salvar vidas, acabam por destruí-las. Diz ele:

“A realidade dos LGBT+ é complexa e delicada, traz apelos urgentes e constitui um desafio à evangelização. A leitura crítica da Sagrada Escritura, a devida atenção aos resultados das ciências, os diversos matizes da moral e a fidelidade à própria consciência, são elementos do ensinamento da Igreja que constituem um conteúdo rico e dinâmico na vida dos fiéis. Estes elementos, aliados à teologia e à espiritualidade, podem ajudar muito a ação evangelizadora junto àquela população [...] Muitas vezes se fazem citações descontextualizadas da Bíblia e simplificações indevidas da doutrina, com extrema rigidez e um terrível ímpeto condenatório dirigido aos LGBT [...] A pregação, em vez de curar feridas e aquecer o coração, traz mais devastação, e a Palavra do Deus da vida se torna palavra de morte. Não se deve jamais tratar estas pessoas como endemoninhadas a serem exorcizadas, ou submetê-las à oração de ‘cura e libertação’ para mudarem a sua orientação sexual ou identidade de gênero”. Fica a dica!