Imagem/Vitamina Nerd |
Lançado
em 2019, “Dor e Glória” é um filme que traz o tema da reparação. Do renomado
diretor Pedro Almodóvar e estrelado por Antônio Banderas, no papel de Salvador
Mallo, numa belíssima interpretação, que lhe valeu a indicação ao Oscar de
Melhor Ator, a trama narra a trajetória do diretor de cinema Salvador Mallo,
alter ego de Almodóvar. Ele havia parado de produzir, às voltas com suas dores
físicas e emocionais, pois era um sujeito que tinha que lidar com várias
doenças orgânicas e com a desmotivação e depressão. Até que um dia foi
convidado a participar de um evento no qual seria exibido um de seus filmes
mais importantes. Parecia que o momento de glória retornaria para ele; todavia,
“Salva” inicia um processo de revisitação de seu passado, com muitas dores e
traumas, enquanto que busca manter-se são ministrando o uso diário de
heroína.
De fato,
na vida, trazemos momentos de dor e glória. Esses são encarados como acertos,
aqueles como erros que deveríamos ter evitado. É bastante comum, a medida em
que vão envelhecendo, que as pessoas façam uma retomada de suas trajetórias de
vida, e ao fazê-la, tenham que encarar suas dores, traumas e fantasmas. Porém,
compreendê-los apenas como erros que infelizmente aconteceram inviabiliza o
processo de reconciliação em vista da reparação, mantendo o sujeito preso à
culpa. Há quem prefere, por outro lado, colocar uma pá de cal no passado. Um
equívoco, porque o reprimido sempre retorna. É certo que falar de si nunca é
fácil, todavia esse é o caminho que precisa ser deveras percorrido para que
continuemos nosso percurso existencial. É isso que “Dor e Glória” nos ensina.
Fica a dica!
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