Jesus
tinha um sonho: o Reino de Deus, uma nova ordem que não é deste mundo mas que
começa a se realizar neste mundo quando os pobres, os oprimidos e
marginalizados são libertados das amarras da injustiça e da opressão. Assim,
Jesus também tinha uma prática: a libertação. De fato, “o sonho só é verdadeiro
quando se traduz em práticas. Sua realização começa a partir dos últimos, dos
oprimidos e marginalizados. Jesus comparece como seu libertador” (Leonardo
Boff).
A ética
que conduz a vida de quem participa do Reino de Deus é o amor e a misericórdia
sem limites, pois sua plena libertação se realiza “na prática do amor
incondicional como princípio organizador das relações entre as pessoas”. Mas,
para Jesus, “o amor precisa se revestir de uma qualidade que o torna
característica. O amor tem que ser misericordioso” (Leonardo Boff).
Por fim,
a mensagem jesuânica, cujo anúncio entusiasmado e cheio de alegria ameaçou os
poderes político e religioso de sua época, é, essencialmente, o Pai Nosso e o
pão nosso. “Só estaremos na herança de Jesus se sempre associarmos Pai nosso
com pão nosso; a causa de Deus com a causa dos homens, e a causa dos céus com a
causa da Terra” (Leonardo Boff).
De acordo
com o teólogo Leonardo Boff, no livro “Cristianismo: o mínimo do mínimo”, o
cristianismo é um acontecimento histórico “aberto e ainda em construção,
fundado no Reino de Deus que não veio em plenitude, possibilitado pelo fracasso
da cruz e pela vitória que foi a efetivação parcial deste Reino pela
ressurreição de Jesus”.
Ainda
segundo ele, “o ponto mais alto do cristianismo se encontra nas figuras
exemplares e arquetípicas que testemunharam em suas vidas a força
transformadora e humanizadora do sonho de Jesus e de seu modo de ser: são os
anunciadores do Evangelho das várias igrejas, os humildes pregadores populares
nos lugares mais longínquos e inóspitos, religiosos e religiosas servindo nas
favelas mais miseráveis, nos hospitais e nos leprosários; são também, do lado
católico, os santos e santas, os mártires, os confessores e as virgens que
atestam que a semente do Reino disseminada por Jesus não ficou estéril, mas
que, caída em terra fecunda, germinou e floresceu”.
Neste
tempo de Advento, no qual os cristãos e cristãs do mundo inteiro se preparam,
com muita alegria e esperança, para celebrar o nascimento do menino Jesus e,
mais do que isso, contemplar e reverenciar o Mistério da encarnação do Filho de
Deus no corpo frágil de uma criança pobre que nasceu numa cidadezinha
periférica em uma manjedoura, “pois não havia lugar para eles dentro da casa”
(Lc. 2, 7), a Aroeira indica assistir ao filme “Irmã Dulce”, que mostra a
história da freira franciscana, o Anjo Bom da Bahia, que dedicou a vida a
amparar e defender os pobres. O longa encontra-se na Netflix. Fica a dica!
Neste
documentário, você fica sabendo e se emociona com vida dessa santa continuadora
do sonho de Jesus: o Reino de Deus. Ver aqui.
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