Imagem/Correio Braziliense |
Aos 91
anos, a cantora e compositora Elza Soares faleceu nesta quinta-feira
(20/01/2022), “por causas naturais”, conforme comunicado da assessoria de imprensa.
Umas das
maiores artistas do país, Elza nasceu em uma família muito humilde, na favela de
Moça Bonita, atualmente Vila Vintém, no bairro de Padre Miguel, no Rio de
Janeiro/RJ. Eleita como "a voz do milênio" pela BBC de Londres, teve
a vida marcada também por vários dramas pessoais, dificuldades e tragédias. Obrigada
pelo pai, casou-se com apenas 12 anos de idade, enfrentou violência doméstica e
a morte de quatro filhos.
Com 20
anos, aproximadamente, Elza Soares fez seu primeiro teste como cantora e foi
contratada para a Orquestra de Bailes Garan. O destaque na cena musical começa,
em 1959, com "Se Acaso Você Chegasse", de Lupicínio Rodrigues e
Felisberto Martins. Ao longo dos quase 70 anos de uma carreira potente e
vitoriosa, foram 34 trabalhos lançados, nos quais Elza se aproximou do samba,
do jazz, da música eletrônica, do hip hop, do funk e, segundo ela mesma dizia, essa
mistura era intencional.
O último
disco foi "Planeta Fome", lançado em 2019. A expressão era uma referência
ao episódio em que foi constrangida por Ary Barroso, então apresentador do
programa de calouros que participou nos anos 50. "De que planeta você vem,
menina?", ele disse. E ela respondeu: "Do mesmo planeta que você, seu
Ary. Eu venho do Planeta Fome".
Em 2015,
Elza lançou seu 32º álbum de estúdio, “A mulher do fim do mundo”, a dica da
Aroeira para este final de semana. Lançado em setembro daquele ano, o disco
simbolizou mais um renascimento na carreira da “deusa mulher”.
As onze
canções do projeto, produzido por Guilherme Kastrup sob a direção artística de
Romulo Fróes e Celso Sim, misturam gêneros musicais como o samba, rock, rap e
eletrônica, e temáticas como violência doméstica, sofrimento urbano,
transexualidade e negritude.
Sucesso de público e de crítica, o show rodou o mundo e elevou ainda mais o nome de Elza Soares na cena internacional.
Fica a
dica e, para sempre, viva Elza Soares!
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