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A guerra
na Ucrânia trouxe à tona, mais uma vez, a discussão sobre o avanço da
extrema-direita no mundo, suas razões e suas consequências.
Na
Ucrânia, o principal grupo de extrema-direita neonazista é o Batalhão Azov,
braço armado do movimento supremacista branco ucraniano designado Azov. Surgiu
em 2014 e faz parte da Guarda Nacional da Ucrânia. O Batalhão Azov é uma
milícia anti-Rússia. Por outro lado, Putin vem dizendo que um de seus
objetivos, ao iniciar os ataques contra a Ucrânia, é “desnazificá-la”. Todavia,
na Rússia, o governo Putin é apoiado por vários grupos de extrema-direita,
desde conservadores fundamentalistas aos ultranacionalistas, pan-eslavistas,
monárquicos e nazi- fascistas. Todos eles defendendo a restauração da “Grande
Rússia”.
Michael
Löwy, no artigo “Conservadorismo e extrema-direita na Europa e no Brasil”, a
dica de leitura da Aroeira para esta semana, considera o avanço das ideias de
extrema-direita uma ameaça real à democracia e explica que a origem desse
recrudescimento é multifatorial. Assim, para ele, os partidos de
extrema-direita da Europa Oriental são uma decorrência direta do fracasso da
“transição” para o capitalismo. O fortalecimento de identidades supostamente
ameaçadas pela globalização capitalista neoliberal seria outra explicação para
o crescimento da extrema-direita. Outros fatores: a crise econômica de 2008, a
longa tradição antissemita, colonial e colaboracionista e os eventos negativos,
habilmente instrumentalizados pela extrema-direita, ocorridos no Oriente Médio.
No texto,
Löwy destaca também a explicação das correntes da esquerda, que afirmam que a
extrema-direita é o resultado da crise e do desemprego, mostrando que as ideias
da direita extremada estão presentes também na classe trabalhadora e entre os
jovens. Aliás, a esquerda minimiza o avanço da extrema-direita, afirmando que o
grande capital não teria interesse em apoiá-la, pois hoje, diferente de 1930,
quando o nazifascismo era visto como um instrumento para esmagar a revolução e
o movimento dos trabalhadores, a revolução não é uma realidade plausível e o
movimento dos trabalhadores está enfraquecido.
Para quem
se interessa neste tema atualíssimo, fica a dica!
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