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Após do golpe de 2016, o governo brasileiro, à época comandado pelo golpista Michel Temer, mudou a política de preços da Petrobrás, adotando a política de Preços de Paridade de Importação (PPI). Com isso, o preço dos derivados do petróleo (combustíveis e gás, por exemplo) passou a variar conforme o comportamento do preço do petróleo em dólares no mercado internacional. Mas o Brasil não é autossuficiente na produção de petróleo? Sim, todavia o petróleo extraído precisa ser encaminhado para as refinarias para lá serem produzidos seus derivados. Acontece que a empresa brasileira de petróleo está, também, desfazendo-se de suas refinarias. A meta é privatizar oito das treze refinarias. Isso mesmo: a Petrobrás investiu, durante anos, recursos para a construção dessas refinarias para agora elas serem entregues à iniciativa privada a preço de banana. O golpe de 2016 foi, de fato, um ataque à soberania nacional.

A refinaria de Mataripe, na Bahia, foi privatizada ano passado. Foi a primeira venda das oito previstas. Também em 2021 a BR Distribuidora foi 100% privatizada. Desde o início de 2021, a Petrobrás reajustou o preço dos combustíveis 16 vezes; dessa forma, o preço da gasolina subiu cerca de 46% ano passado. Dia 10/03/22, depois de 57 dias sem alterar o preço, a Petrobrás anunciou um novo reajuste. A gasolina ficou 18,8% mais cara e o diesel, 24,9%. Tudo isso em um contexto no qual a Petrobrás nunca ganhou tanto dinheiro como no acumulado dos últimos meses. Mas quem ganha com tudo isso? Resposta: não é o povo brasileiro, dono do petróleo, mas sim seus acionistas, pois atualmente, por causa da mudança de preços da petrolífera e a venda de seus ativos, a Petrobrás tornou-se uma empresa que garante os dividendos aos acionistas. Por isso, é preciso mudar a política de preços da Petrobrás.

O ano de 2016 foi, portanto, fundamental para a Petrobrás, porque ela decidiu mudar seu plano estratégico, tornando-se uma empresa tão somente dedicada a produzir e explorar óleo na camada do pré-sal. Além disso, ela decidiu parar de oferecer outros serviços e se retirar de vários estados brasileiros. Com seu desmonte, o Brasil precisou aumentar a importação de derivados do petróleo. Assim, com toda essa mudança no plano estratégico da Petrobrás, que se iniciou no governo Temer e continuou e se aprofundou no governo Bolsonaro, a guerra na Ucrânia, que elevou o preço do barril do petróleo, em dólares, no mercado internacional, apenas ajuda a piorar a tragédia na qual o Brasil se meteu, desde a destituição da presidenta Dilma à gestão Bolsonaro/Guedes. 

Para compreender melhor a essa tragédia, a dica da Aroeira, para o início desta semana, é o documentário “A mentira como combustível”, que mostra a verdade sobre a política de preços da Petrobrás e como o Brasil se tornou o país com o litro da gasolina mais caro do mundo. Fica a dica!