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Imagem: Instagram/Estadão |
Reflexões e Coisa e Tal
Por Herbet Fabiano*
Nos
últimos dias assistimos estarrecidos a mais um escândalo de corrupção do governo
Bolsonaro: o suposto ministério paralelo da educação.
A
educação é um dos exemplos da péssima gestão de um governo que é péssimo em
praticamente todas as áreas, no entanto, a situação mostra-se ainda mais grave. No
silêncio da inoperância de quem comanda a pasta, ficamos sabendo de um possível
esquema de favorecimento a pastores, a pedido do presidente Bolsonaro, na
liberação de verbas para prefeituras.
O
escândalo foi denunciado pelo jornal Estadão, que apontou a existência de uma
espécie de gabinete paralelo no MEC, comandado pelos pastores evangélicos
Gilmar Santos e Arilton Moura. Na última semana, o jornal Folha de São Paulo
divulgou áudio em que o ministro Milton Ribeiro diz: "Foi um pedido
especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do (pastor)
Gilmar (Santos). A minha prioridade é atender, primeiro, os municípios que mais
precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor
Gilmar". As declarações teriam ocorrido numa reunião com dirigentes
municipais dentro do próprio ministério.
Após as
revelações, começaram a surgir denúncias de prefeitos sobre propinas que os
pastores cobravam para facilitar a liberação das verbas do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação, órgão ligado ao MEC.
Um escárnio.
Em nota após
a divulgação do áudio, o ministro nega e segue no cargo. Os fatos serão investigados pela PF. Fiquemos atentos.
Finalizo nossa reflexão desta semana, no país em que pastor pede propina em ouro e milhões de pessoas passam fome, com “Geografia da dor” do poeta Sérgio Vaz:
A fome
sabe
onde o
pobre mora
e a
felicidade não sabe andar
nos becos
e vielas.
A
Geografia da dor
registra no
mapa
gente
viva
com a
barriga morta.
O arroz e
o feijão
alegam não
ter nada a ver com isso.
Quem se
importa?
No vazio
do garfo e da faca,
o tempero
da revolta.
* Comunicador popular.
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