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A conquista do voto “conservador”, que supostamente corresponderia a cerca de 40% do eleitorado brasileiro, vai ser decisiva para o resultado das eleições de 2022. Lula tem pelo menos 30% do eleitorado, que votaria nele em qualquer cenário. Bolsonaro oscila entre 25 e 30%.

João Pereira Coutinho afirma que o conservadorismo é uma ideologia posicional, que se articula politicamente todas às vezes que as tradições e instituições estão sob ameaça, seja por grupos reacionários, seja por grupos revolucionários (ver aqui). Pergunta pertinente quando se analisa a cena política brasileira: por que Jair Bolsonaro, principal liderança da extrema-direita brasileira, que ameaça diuturnamente as instituições e coloca sobre risco a democracia, é visto como um político conservador – defensor da família e dos valores tradicionais e do “cidadão de bem”? Haveria afinidades eletivas que aproximam as ideias de extrema-direita com o pensamento conservador?

Atualmente, a dica da Aroeira vem indicando a leitura de livros e de artigos sobre as origens do conservadorismo e as principais características do pensamento conservador. É preciso conhecer melhor essa ideologia, que, como mostram as pesquisas, pode decidir uma eleição. Assim, para esta semana, a dica da Aroeira sugere a leitura do livro “Como ser um conservador” do filósofo Roger Scruton, recentemente falecido, um dos cânones do pensamento conservador no mundo.

A obra de Scruton é cada vez mais conhecida no Brasil. Ele escreveu mais de cinquenta livros sobre política, estética e moral, além daqueles sobre as origens e características do conservadorismo. Em “Como ser um conservador”, Scruton faz uma análise conservadora de vários temas contemporâneos: multiculturalismo, ambientalismo, direitos, imigração, etc. Em 2019, elogiou a política econômica do governo Bolsonaro, que é encabeçada pelo ministro neoliberal Paulo Guedes. Fica a dica!