![]() |
Imagem/YouTube |
Sigmund
Freud, o pai da psicanálise, afirmou que a via régia de acesso ao inconsciente
são os sonhos; no entanto, os desejos inconscientes se manifestam também
através dos chistes, dos sintomas, das repetições e dos atos falhos. Portanto,
existem vários caminhos por meio dos quais o analista pode acessar a verdade do
inconsciente. De fato, “não existe atividade humana na qual não se manifestem
os desejos inconscientes” (para quem se interessa em conhecer a psicanálise, um
bom livro de introdução é “Introdução à teoria psicanalítica: Freud,
Psicanálise e Conceitos” de Moisés do Vale dos Santos).
Nesta
semana, em um evento sobre liberdade de expressão, Jair Bolsonaro comentou um
ato falho, que muito diz sobre a pessoa dele. Ele falou que “temos um chefe do executivo que mente”. Ora, quem é atualmente o chefe do executivo?
Pelo
contexto do discurso, o atual chefe do executivo, que é, evidentemente, o
presidente Bolsonaro, estaria se referindo ao presidente do TSE, o ministro
Luís Roberto Barroso. Disse ele: “mente o ministro Barroso quando diz que [o
inquérito da PF sobre um ataque hacker ao TSE] era sigiloso. É uma vergonha.
Para as Forças Armadas, se um militar mente, acabou a carreira dele. O cabo não
sai sargento. O subtenente não sai tenente. O coronel não sai general. Não tem
prescrição para isso. E temos um chefe do Executivo que mente...”
Incrível
como Bolsonaro tem plena consciência de que é um MITÔmano e ele teme por causa
disso, porque sabe que para esse crime não há prescrição. Ele teme muito, pois
tem certeza que, se neste ano de 2022 o processo eleitoral seguir o caminho da
normalidade, diferente do que aconteceu em 2018, quando ele foi eleito
presidente, sua chance de sair vitorioso é quase nula. O cara parece que já
vislumbra o fim de sua carreira política vendo o sol nascer quadrado todos os
dias. Não por acaso, neste mesmo evento, ele falou sobre o que vem acontecendo
com Jeanine Áñez, ex-presidenta golpista da Bolívia. Ela está enfrentando um
julgamento em seu país sobre sedição, conspiração, terrorismo, podendo ser
condenada a uma pena de até quatorze anos de prisão. Neste momento, Ánez está
presa preventivamente, esperando o fim do julgamento, que em março foi suspenso
(para mais informações, ver aqui.).
Bolsonaro
chegou à presidência do Brasil valendo-se de um discurso montado sobre ódio,
mentiras e conspirações. Esta, aliás, é a principal característica da retórica
de extrema-direita. Com esse discurso, a extrema-direita cria narrativas
polarizadoras, mantendo seus seguidores sempre mobilizados.
Para
compreender como funciona a máquina de comunicação do submundo bolsonarista, a
dica da Aroeira recomenda assistir a entrevista do escritor João Cézar de
Castro Rocha, autor do livro “Guerra Cultural e a retórica do ódio: crônicas de
um Brasil pós-político”, concedida ao jornalista Leonardo Attuch, da Tv 247.
Para acessá-la, é só clicar aqui. Fica a dica!
0 Comments
Postar um comentário