Reflexões e Coisa e Tal

Para esta semana, apresentamos mais uma reflexão de Herlon Miguel, administrador, ativista e criador da plataforma “Ative a Cidadania” (www.ativeacidadania.com.br). Confira:

10 pontos sobre a Falsa Abolição: O mito do branco salvador.

1. Os filmes, livros de história e estruturas que compõem a sociedade, costumam transformar colonizadores e opressores em heróis. Há um embranquecimento do heroísmo e uma consolidação da figura do negro como vilão.

2. As mazelas sofridas pela população negra, no caso do Brasil, foram geradas pela estrutura econômica que utilizou o trabalho escravo, do povo oprimido, para enriquecer, organizando a elite branca do Brasil.

3. Neste sentido, é dever moral dos brancos se envolver em ações humanitárias para reparar os danos causados pelo racismo no Brasil e no Mundo.

4. A Lei Áurea não garantiu o fim da escravidão, tendo em vista que sem direitos trabalhistas, documentos e moradia, a população negra foi obrigada a trabalhar em locais em que recebiam pouco ou se ganhava apenas para se alimentar.

5. A população negra se evadiu das senzalas e foi jogada na favela, ficando à margem da sociedade. A partir dessa marginalização, se perpetuaram o desemprego, déficit educacional e a falta de um sistema de saúde eficaz.

6. Por isso, a partir da década de 1980, os movimentos sociais negros deram um novo sentido às datas comemorativas, reivindicando o 13 de maio um dia de protesto pela falsa abolição.

7. A data da morte de Zumbi, um dos principais líderes para o povo negro, se tornou um marco histórico da luta construída pelo movimento negro, fortalecida com o surgimento do Movimento Negro Unificado (MNU), a partir de 1978.

8. Zumbi e Dandara dos Palmares foram os mais expressivos líderes do Quilombo, lutaram contra a escravidão em Palmares. Viveram lá mais de 20 mil habitantes e possuíam uma estrutura comunitária baseada em valores culturais africanos.

9. A proposição do 20 de novembro, dia da consciência negra, é para que a data sirva para denunciar o racismo estrutural. Assim como, impulsionar a organização de espaços para combater o racismo, mas também sirva para construir homenagens aos heróis e heroínas que lutaram por igualdade no Brasil.

10. “Mas, quando tu deres, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”. Não é por caridade, Antirracismo é uma obrigação da sociedade.