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Reflexões e Coisa e Tal

Por Herbet Fabiano*

Mais de 33 milhões de brasileiros passam fome todo dia, foi o que revelou essa semana o levantamento da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), responsável pela elaboração do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Desde a última pesquisa, realizada em 2020, esse número aumentou em 14 milhões. De volta ao mapa da fome, o país voltou ao patamar dos anos 90. A situação é gravíssima!

No Brasil desgovernado do presidente que pouco trabalha e gasta milhões com cartões corporativos, a fome se alastra como nunca! São mais de 125 milhões que não têm comida garantida todo dia. E 125 milhões que comem mal ou comem pouco. A rede Penssan reúne pesquisadores de universidades e instituições de todo o país e é uma referência no monitoramento da fome no Brasil e reconhecida pelas Nações Unidas. Confira a íntegra do levantamento aqui.

Há alguns recortes apresentados pela pesquisa que, apesar de não serem surpreendentes, merecem atenção especial, pois reforçam as gritantes desigualdades da nossa sociedade:

* 65% dos lares comandados por pessoas pretas ou pardas convivem com restrição de alimentos em qualquer nível (aumento de 8 pontos percentuais em relação a 2020). Desses, em 18,1%, as pessoas passam fome. Nas casas em que a pessoa de referência se autodeclarou branca a insegurança alimentar chega a 46,8%.

* 19% dos domicílios chefiados por mulheres estão em estado de insegurança alimentar contra 11,9% de lares chefiados por homens;

* 60% dos domicílios situados no campo estão em algum grau de insegurança alimentar, sendo que 18,6% estão em situação grave;

* Os números da fome nas regiões Norte (25,7%) e Nordeste (21%) são maiores que a média;

* A fome é maior entre domicílios em que o responsável fez até 4 anos de estudo (22,3%). Já entre domicílios em que as pessoas têm 8 anos ou mais de estudo esse número chega a 10,2%.

O legado do atual desgoverno é trágico e doloroso. Não dá para esconder. Não podemos aceitar.


* Comunicador popular.