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Imagem/Brasil 247 |
Na noite
de sábado, 09/07, o petista Marcelo Arruda, que era guarda municipal na cidade
de Foz do Iguaçu/PR, foi assassinado a tiros por um policial penal federal
bolsonarista, Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu sua festa de
aniversário de 50 anos de idade. O tema da festa era Lula e o Partido dos
Trabalhadores.
Nas redes
sociais, o assassino se identifica como “policial penal federal, conservador e
cristão” e deixa claro seu apoio a Bolsonaro. Já compartilhou, inclusive, uma
foto ao lado de Eduardo Bolsonaro, deputado, filho de Jair Bolsonaro.
Interessante
observar as análises sobre o caso feitas pelos partidários da terceira via.
Para eles, o que motivou o crime foi a polarização política protagonizada pelos
extremismos. Só para ilustrar, vejamos o twitter do jornalista André Trigueiro
da Globonews: “todo repúdio à violência política que parece ganhar espaço no
Brasil. É inadmissível que isso aconteça em nosso país. As autoridades não
podem se omitir neste momento. É preciso pacificar a disputa política e não
ignorar os efeitos perversos do extremismo”.
Ciro Gomes
disse que “o ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma
tragédia de proporções gigantescas”. Já Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB,
afirmou que os episódios de violência refletem o acirramento da polarização
política no País: “lamento profundamente as mortes violentas em Foz do Iguaçu.
Me solidarizo com as famílias de ambos. Mas o fato é que esse tipo de situação
escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da
polarização política que avança sobre o Brasil”.
Outro
presidenciável, o deputado André Janones do Avante, considera que “o debate
ideológico sem qualquer base racional leva a tragédia que vamos lamentar
profundamente. Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser
humano odiar o outro por convicções políticas diferentes. Hoje nós vamos
lamentar, desejar condolências às famílias”.
Sinceramente,
ou é ignorância, oportunismo ou mau-caratismo esse tipo de colocação. Não
existe, no Brasil, polarização política causada por extremismos. As duas
candidaturas mais competitivas, de acordo com todas as pesquisas de intenção de
voto, são as de Lula e Jair Bolsonaro. Quem dos dois incita diariamente o ódio
político no país? Quem afirma que as urnas eleitorais não são confiáveis e que
se não tiver voto impresso não vai aceitar o resultado das eleições? Quem tenta
o tempo todo instaurar o pânico social com discursos de ódio? Quem é insensível
com a dor alheia, sobretudo nesse tempo de pandemia? Quem ataca as
instituições, governadores e prefeitos, tentando colocar a população contra
eles? Quem disse que se Jesus pudesse compraria uma pistola? Quem
instrumentaliza a religião a fim de obter ganhos político-eleitorais? Quem faz
apologia a ditadura e a torturadores? Enfim, quem, com suas falas e atitudes, semeia
a violência entre as pessoas? Esse sujeito tem nome: JAIR MESSIAS
BOLSONARO.
Ora, se
atualmente há polarização no Brasil, ela é entre as pessoas que lutam pelo
direito de viver contra as pessoas que lutam pelo direito de matar, como bem
coloca a equipe do Meteoro Brasil. Querer atribuir esse crime fascista a uma
suposta polarização politica que tanto mal faz ao país, é mais uma vez culpar a
vítima. Há quem diga, até hoje, que o PT foi o grande culpado pela eleição de
Bolsonaro. Mais uma vez: ignorância, oportunismo ou mau-caratismo. Se continuar
assim, o Brasil tende a continuar a repetir seus erros.
Um ótimo
texto, a dica de leitura da Aroeira para esta semana, que desconstrói essa
falsa simetria entre Lula e Bolsonaro é do jornalista conservador e nada
esquerdista Reinaldo Azevedo, na Folha de S. Paulo, “A real polarização se dá entre a democracia e o caos”. Fica a dica!
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