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Imagem/YouTube |
Segunda-feira,
18/07, num evento que foi organizado por generais, Jair Bolsonaro reuniu
embaixadores estrangeiros para conspirar contra o sistema eleitoral brasileiro.
Disse que as urnas brasileiras não são seguras e que, sem apresentar prova
alguma, as eleições de 2014 e 2018 foram fraudadas. Segundo ele, em 2018, era
para sua vitória ter acontecido no primeiro turno das eleições.
Foi um
evento em que o presidente do Brasil, ou seja, seu chefe de governo e de
Estado, humilhou o paÃs perante a comunidade internacional. Mas por que
Bolsonaro questiona diuturnamente o sistema eleitoral brasileiro? A resposta é
simples: se o processo eleitoral de 2022 for rigorosamente respeitado (e as
instituições, ao que parece, estão empenhadas em fazê-lo), ele vai,
inevitavelmente, perder as eleições. Talvez o que ele queira é plantar o caos
para justificar o cancelamento das eleições de outubro.
O que
fica cada vez mais claro é que a derrota de Bolsonaro é uma necessidade
histórica. O Brasil, quiçá o mundo, não aguenta mais. É um sujeito totalmente
desqualificado para conduzir os destinos do paÃs nos próximos quatro anos.
Bolsonaro é a barbárie.
Cientes
da tragédia que seria um segundo governo Bolsonaro, muitas pessoas, famosas e
nem tão famosas assim, estão declarando que irão votar em Lula, porque ele é o
candidato que tem as maiores chances de derrotar o “ser desprovido de Luz”.
Decisão importante e bem vinda, pois neste momento a prioridade primeira é
impedir a vitória de Bolsonaro. A quem diga: agora é derrotar Bolsonaro;
derrotando-o, depois a gente ver o que acontece, lá no futuro.
Esse
raciocÃnio é melhor que nada, porém perigoso. Por que não votar em Lula também
pelo projeto que ele representa? Esse momento de acirramento polÃtico não seria
uma bela oportunidade de discutir o paÃs que queremos? Pautar a discussão a
respeito de qual deve ser o modelo de Estado, de educação, meio ambiente, saúde,
direito das minorias, etc., que queremos construir. A necessidade do eleitor/a
votar em deputados/as, senadores/as, governadores/as e partidos alinhados com
as pautas do campo democrático-popular, que é aquele qual pertence Lula. Tudo é
claro com uma linguagem e métodos renovados, que conquistem o coração e a mente
dos mais jovens – muitos deles irão votar pela primeira vez este ano.
É esse
tipo de discussão e o engajamento em torno de projetos e utopias que mantém
viva a imaginação polÃtica. Do contrário, o que temos são sujeitos
melancolizados pelo poder. Aquela pessoa que sempre toma decisões em vista do
mal menor. No caso especÃfico das eleições, escolhe o candidato para quem vai
votar primeiro negando os outros. Ou seja, escolhe votar em um candidato porque
os outros são piores. Repare que esse raciocÃnio é, no fundo, melancólico,
desprovido de utopia, fé, esperança e confiança de que as coisas irão de fato
melhorar. No máximo, para esse tipo de leitor, o mal será menor.
A dica da
Aroeira para este final de semana sugere assistir a palestra do filósofo
Vladimir Safatle sobre a “Melancolia no poder”. Safatle apresenta a
interessante hipótese de que o poder assujeita os sujeitos na medida em que os
melancoliza. O objetivo aqui é bloquear a imaginação polÃtica, ou seja,
desacreditar os sujeitos históricos de que “é possÃvel mudar uma situação ou
que vale a pena imaginar novos caminhos e ousar novas possibilidades”. Fica a
dica!
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