Imagem/Projeto Colabora

Dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 revelam que 33 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil. Um número alarmante e que mostra que, nos últimos anos, o país retrocedeu, pois, em 2014, ele havia deixando o mapa da fome da ONU (ver aqui).

Assim sendo, uma das questões mais urgentes, e, sem dúvidas, a mais importante, nessa época de campanha política, é o que fazer para solucionar esse crime contra a segurança alimentar do povo brasileiro. E a resposta é simples: política de redistribuição da riqueza e da renda acompanhada de reformas estruturais populares.

A instituição do Bolsa Família e da política de valorização do salário mínimo, durante os governos petistas (2003-2016), promoveu a melhora da renda dos mais pobres e a redução da miséria e da pobreza. No entanto, não atacou o problema estrutural da concentração de renda e riqueza nas mãos de poucas pessoas. Apenas um dado: no Brasil, os 10% mais ricos detém 59% da renda total.

O problema da concentração de renda e riqueza só será resolvido se a adoção das políticas de redistribuição for acompanhada da realização de reformas estruturais, tais como a agrária e a tributária. É preciso democratizar e criar as condições de permanência na terra e fazer com que os mais ricos paguem mais impostos.

Não é absurdo algum afirmar que hoje uns dos principais obstáculos à realização de todas essas mudanças é o atual presidente, que está tentando a reeleição. Bolsonaro insiste em negar os dados da fome no Brasil, ao dizer que ela não existe “na proporção que dizem aí”. Na sua saga em se manter na presidência do país (por uma questão de sobrevivência, diga-se de passagem), talvez pense que admitir que a pobreza e a miséria cresceram não lhe renda ganhos eleitorais. Como resolver um problema quando se nega a sua existência?

Para quem quer conhecer dados sobre a triste realidade socioeconômica brasileira, a dica da Aroeira recomenda dois vídeos da BBC News Brasil: “4 dados que mostram por que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo” e “Afinal, quem está no topo da pirâmide da riqueza no Brasil?”, que você acessa clicando aqui e aqui. Fica da dica!