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A dica da Aroeira para esta sexta-feira é a irretocável coluna de Milly Lacombe, “Prestar solidariedade a Vera Magalhães envolve visitar um passado recente”, publicada no Portal UOL.

Na última terça-feira, 13/09, durante o debate entre alguns dos candidatos ao governo de São Paulo, a jornalista Vera Magalhães foi agredida pelo deputado bolsonarista do partido Republicanos Douglas Garcia, que por diversas vezes repetia a frase que foi dita por Jair Bolsonaro no debate da Band: “A senhora é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”. Envolveu-se também na confusão o diretor de redação da TV Cultura, Leão Serva, que arrancou o celular das mãos do troglodita e atirou longe.

Esse episódio é mais uma demonstração do desprezo que essa gente tem pelas mulheres. Quando elas ocupam posições de poder então, sentem-se ameaçados, porque elas estariam subvertendo, na visão deles, hierarquias que consideram naturais.

Jason Stanley, no livro “Como funciona o fascismo: a política do ‘nós’ e ‘eles’”, afirma que “de acordo com a ideologia fascista, a natureza impõe hierarquias de poder e dominância que contrariam categoricamente a igualdade de respeito pressuposta pela teoria democrática liberal”. Assim, continua ele, “para o fascista, o princípio da igualdade é uma negação da lei natural, que estabelece certas tradições, das mais poderosas, sobre outras. A lei natural supostamente coloca homens acima de mulheres, e membros da nação escolhida do fascista acima de outros grupos”. 

Mulher “bela, recatada e do lar” e de preferência temente ao Deus do Antigo Testamento e obediente ao marido, o chefe da família, é, portanto, para os seguidores dessa extrema-direita fascistóide odienta, a mulher ideal. A princesa que todo homem deseja possuir. O atual presidente do Brasil já disse que conseguiu a sua e recomenda aos homens solteiros que vão atrás das suas (ver aqui, se você tiver estômago suficiente).

Mas voltando ao texto de Milly Lacombe, de fato, toda solidariedade a Vera Magalhães, mas jamais ousamos esquecer as patifarias ditas por ela. A jornalista é vítima do discurso de ódio que ela, de certa forma, ajudou a implantar no Brasil. Não chegou a hora dela se opor de vez ao fascismo, como convoca Márcia Tiburi? Com a palavra Vera Magalhães. Fica a dica!