Imagem/Portal das CEBs

A dica da Aroeira para este final de semana é a leitura da carta “A gravidade do segundo turno das eleições 2022”, divulgada pelo coletivo Bispos do Diálogo pelo Reino, que reúne bispos da Igreja Católica em comunhão com a CNBB e com o Magistério petrino do Papa Francisco.

No documento, os religiosos testemunham que “o atual Governo, que busca a reeleição, virou as costas para a população mais carente, principalmente no tempo da pandemia”. Ademais, “o chefe de Governo e seus apoiadores, principalmente políticos e religiosos, abusaram do nome de Deus para legitimar seus atos e ainda o usam para fins eleitorais”.

Bolsonaro “ofende as mulheres, debochou de pessoas que morriam asfixiadas, além de não demonstrar compaixão alguma com as quase 700 mil vidas perdidas para a covid-19 e com os 33 milhões de pessoas famintas em seu país”.  É, portanto, um governo em que “a vida não é prioridade”.

“Os discursos e as medidas que visam armar todas as pessoas e eliminar os opositores estão em contradição tanto com o 5º mandamento, que diz “não matarás”, quanto com a Doutrina Social da Igreja”, segue o documento. “Vivemos quatro anos sob o reinado da mentira, do sigilo e das informações falsas”.

Os bispos constatam que a reeleição do atual presidente é uma ameaça a democracia. “O atual governo e os parlamentares que o apoiam ameaçam modificar a composição do Supremo Tribunal Federal para criar uma maioria de apoio aos seus atos. O controle dos poderes Legislativo e Judiciário sempre foi o passo determinante para a implantação das ditaturas no mundo”.

Por tudo isso, a corrida eleitoral deste ano de 2022 “não se trata de uma disputa religiosa, nem de mera opção partidária e, tampouco, de escolher o candidato perfeito, mas de uma decisão sobre o futuro de nosso país, da democracia e do povo”.

A Igreja, obviamente, não tem partido; porém possui lado. O lado da Igreja, diz a carta, é o “lado da justiça e da paz, da verdade e da solidariedade, do amor e da igualdade, da liberdade religiosa e do Estado laico, da inclusão social e do bem viver para todos”, finaliza o documento. Fica a dica!