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Pe. José Benedito Rosa, pároco da Paróquia de São José Operário de Casa Nova |
A
paróquia de São José Operário em Casa Nova/BA sediou, neste sábado, 12/11/22, o
encontro de formação da Pastoral Afro-Brasileira da Diocese de Juazeiro/BA. O
evento ocorreu no Centro Social da paróquia e foi assessorado pela equipe da
Aroeira Comunica. Participaram agentes de pastoral das paróquias de Nossa
Senhora do Rosário de Remanso, de São Sebastião de Pau a Pique, de São
Francisco de Sobradinho e da de Casa Nova.
O
subsídio a partir do qual foi realizado o trabalho de grupo foi o documento
“Pastoral Afro-Brasileira: Formação para grupos de base” da CNBB, que é a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A atividade possibilitou aos grupos
que debatessem e mostrassem a importância da catequese trabalhar a diversidade
cultural em seus encontros; das escolas ensinarem a história e a cultura
africana e afro-brasileira; o lugar da Igreja com relação a questão negra; a
valorização das comunidades quilombolas e qual deve ser o lugar da Pastoral
Afro-Brasileira na missão evangelizadora da Igreja.
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Agentes da Paróquia de São Francisco de Sobradinho animaram o encontro |
Ademais,
a programação da formação, que foi animada com cantos que traziam presente a
luta do povo negro, fez um resgate histórico do porquê, no Brasil, o dia 20 de
novembro é o Dia da Consciência Negra. Ele faz referência a data da morte de
Zumbi dos Palmares, o maior líder do maior e mais duradouro quilombo do Brasil
colônia. Foram apresentados números que mostram a realidade do racismo em
terras brasileiras e que a luta em favor de um país justo, democrático e igual
necessariamente se associa a luta antirracista.
O racismo
nas redes sociais foi um dos temas discutidos. 80% das vítimas de racismo nas
redes sociais são mulheres pretas, que são alvo, muitas vezes, de “piadas”.
Para combater essa prática, algumas ações são fundamentais: formação e
educação; inclusão digital; não replicar/compartilhar conteúdos racistas e
denunciar. Na Bahia, é possível fazer denúncia através do aplicativo Mapa do
Racismo e Intolerância Religiosa, lançado pelo Ministério Público do
Estado.
Equipe da Aroeira Comunica assessorou o encontro de formação
A
política do “embranquecimento”, adotada pelo Estado brasileiro no início da
Primeira República, não ficou de fora da discussão. Os/as participantes
trouxeram situações reais vividas por eles e elas, que demostram como o racismo
está presente em falas, em atitudes e em comportamentos. A ideologia imposta
pela política do “embranquecimento” ajudou a sedimentar e naturalizar essas
práticas racistas, que nem sempre são explícitas, mas, por vezes, são sutis e
implícitas.
Sobre os
encaminhamentos, ficou decidido que a Pastoral Afro irá fazer, no ano de 2023,
alguns encontros para aprofundar o estudo do material da CNBB supracitado,
assim como do documento “Estudos da CNBB 85”, que trata da Pastoral
Afro-Brasileira. A princípio, serão dois encontros presenciais, um em
Sobradinho e o outro em Casa Nova, e os outros serão on-line. As datas
prováveis dos presenciais serão 20 de maio e 04 de novembro. Os agentes
comprometeram-se a realizar trabalhos com grupos de base em suas respectivas
paróquias.
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