Reflexões e Coisa e Tal

Para esta semana, apresentamos mais uma reflexão de Herlon Miguel, administrador, ativista e criador da plataforma “Ative a Cidadania” (www.ativeacidadania.com.br). Confira:

Eu tenho sangue negro. Esse argumento é um dos mais frágeis. Quando um jovem negro morre vítima da violência, ninguém pergunta antes de atirar: Qual a cor do seu avô? Sua mãe é negra? Nada. Apenas, um tiro nas costas é dado.

No caso brasileiro, o racismo é imposto pelas quantidades de características físicas que te assemelham aos povos originários do continente africano. Cor da pele, cabelo, traços no rosto.

Nesse sentido, é fundamental dizer que nenhum pedido de desculpas é válido, se for sucedido das palavras: não foi a intenção, não fiz por mal, eu não sou racista ou algo que se assemelhe.

O racismo tem intenções sim. O racismo é feito por mal sim. Para organizar um conjunto de acessos, privilégios e espaços que vão ser ocupados por herdeiros, não negros, que acessam as melhores vagas no mercado de trabalho, nas mídias e nos espaços de poder.

Um outro erro clássico é pedir desculpa e depois justificar com argumentos: Eu não sei tudo sobre religiões, a questão racial é muito complexa, também tenho uma vida dura e difícil.

Ninguém sabe tudo sobre nada, mas a questão racial é simples: Se negativa tudo que é feito, originário ou se organiza a partir de corpos negros. Simples demais.

Na real, os racistas pedem desculpas quando vão perder dinheiro. Nada mais.

No caso do BBB, o desconforto da Key é ter que sair do lugar de proteção e ter que ouvir, em rede nacional, as verdades sobre o racismo que ela propaga.

E percebam o que ela argumenta: “outros saíram com queixa de terem sido racistas e nada aconteceu com suas carreiras” dando o exemplo do Rodolfo. Eu concordo, a permissibilidade e falta de punição são senhoras que ajudam o racismo a se perpetuar.

Quando acontecer o erro, é fundamental dizer: Errei, não vai acontecer e me desculpa.