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Reflexões e Coisa e Tal

Por Herbet Fabiano*


No dia 14 de maio, eu saí por aí

Não tinha trabalho, nem casa, nem pra onde ir

Levando a senzala na alma, eu subi a favela

Pensando em um dia descer, mas eu nunca desci

 

Zanzei zonzo em todas as zonas da grande agonia

Um dia com fome, no outro sem o que comer

Sem nome, sem identidade, sem fotografia

O mundo me olhava, mas ninguém queria me ver

 

No dia 14 de maio, ninguém me deu bola

Eu tive que ser bom de bola pra sobreviver

Nenhuma lição, não havia lugar na escola

Pensaram que poderiam me fazer perder

 

Mas minha alma resiste, meu corpo é de luta

Eu sei o que é bom, e o que é bom também deve ser meu

A coisa mais certa tem que ser a coisa mais justa

Eu sou o que sou, pois agora eu sei quem sou eu

 

Será que deu pra entender a mensagem?

Se ligue no Ilê Aiyê

Se ligue no Ilê Aiyê

Agora que você me vê

 

Repare como é belo

Êh, nosso povo lindo

Repare que é o maior prazer

Bom pra mim, bom pra você

Estou de olho aberto

Olha moço, fique esperto

Que eu não sou menino

14 de Maio (Lazzo Matumbi)


* Comunicador popular.